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A receita da morte na UTI: 346 prescrições, 317 mortes imediatas


Leslie Leitão, de Curitiba
A médica Virginia Helena Soares de Souza indiciada por homicídio qualificado, é liberada e deixa o Centro de Triagem 1
A médica Virginia Helena Soares de Souza indiciada por homicídio qualificado, é liberada e deixa o Centro de Triagem 1 (André Rodrigues/AGP/Folhapress)
Na última sexta-feira, a Polícia Científica do Paraná concluiu uma análise eletrônica no material apreendido no Hospital Evangélico de Curitiba. O relatório que chega às mãos do Ministério Público esta semana mostra que, entre janeiro de 2006 e 8 de fevereiro de 2013, a médica chefe do setor Virgínia Helena Soares de Souza, assinou 346 prescrições. Como revela a edição de VEJA desta semana, 317 pacientes que receberam os medicamentos acabaram morrendo no mesmo dia das aplicações – ou seja, mais de 91,6% dos que receberam o coquetel tiveram complicações que levaram ao óbito. A mortalidade é atípica mesmo quando comparada dentro da mesma unidade de saúde. Em 128 prescrições por outros médicos, no mesmo período, só houve 17 mortes, ou seja, mortalidade de 13,2%.
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Agora, todos os prontuários passarão pelas mãos de uma comissão médica que, após nova análise, enviará os casos mais suspeitos para que sejam investigados pelo Núcleo de Combate aos Crimes Contra a Saúde Pública (Nucrisa). Os peritos descobriram também que, desse grupo de 17 mortos de prescrições feitas por outros médicos, em pelo menos cinco casos a combinação dos medicamentos foi prescrita por Edison Anselmo, outro médico da UTI Geral que, junto com Virgínia, já havia sido denunciado por outras sete mortes, em fevereiro passado.