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Dilma: A seca é grave, mas ‘não houve saques’


Dilma Rousseff viajou a Fortaleza nesta terça (2). Participou de uma reunião do Conselho Deliberativo da Sudene. Diante dos governadores e vices dos nove Estados nordestinos, além de Minas e Espírito Santo, a presidente falou sobre um tema incontornável: a seca.
Sem se dar conta de que reconhecia a incompetência do Estado para antecipar-se aos flagelos naturais, Dilma lamentou: “Ninguém previu a maior seca dos últimos 50 anos.” Com isso, ficou explicada a razão de os governos –o federal e os estaduais— entregarem-se mais uma vez ao seu esporte predileto: a lamentação depois do fato.
Dilma oscilou entre a admissão do óbvio –a seca produz “cenas dolorosas”— e a contemporização –até o momento, “não houve saques”. Ao explicar a inexistência de flagelados invadindo mercadinhos e mercearias à procura de comida, a presidente jactou-se.
“As medidas estruturantes, junto com toda a estrutura de proteção social, montada pelo governo do presidente Lula e pelo meu governo, elas explicam porque a cara da miséria nessa região não foi tão acentuada perversamente pela estiagem.” Hã?!?!?
Há uma semana, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ex-governador da Paraíba, veiculou no Twitter um link que conduz à imagem abaixo. “Até quando o governo federal ficará indiferente a isso?”, questionou.

Dilma não está indiferente à seca. No Ceará, ela anunciou um pacote de providências emergenciais que custarão R$ 9 bilhões ao Tesouro (veja o detalhamento lá no rodapé). Porém, a presidente talvez devesse privar o sertanejo de suas considerações político-sociológicas.
Porquê? Se Deus tiver de aparecer para os flagelados da seca, não se atreverá a surgir em outra forma que não seja a de um tina cheia d’água. Do mesmo modo, as pessoas que convivem com cenas como a difundida por Cunha Lima decerto dispensam a secura rascante do lero-lero. Preferem que Dilma e Cia. eliminem a burocracia que retarda a restauração parcial da dignidade humana.