Policiais federais discutem greve nesta semana
Entidade deve aprovar um calendário de greves e manifestações
A Federação Nacional dos Policiais Federais realiza assembleias
em todos os Estados na terça (4) e na quarta-feira (5). A cinco meses
da Copa do Mundo, a entidade deve aprovar um calendário de greves e
manifestações. Participam do movimento os agentes, os escrivães e os
papiloscopistas da Polícia Federal. Juntos, somam cerca de 9 mil
servidores. Reivindicam reajuste salarial. Os delegados —cerca de 1.700
distintivos— estão de fora. Participam da encrenca apenas como alvos de
críticas dos colegas. Diretor da federação de policiais, José Carlos
Nedel diz que a situação da corporação tornou-se “insuportável”. Ele
reclama: “Somos os únicos servidores públicos da história do Brasil com
sete anos de congelamento salarial”. E insinua: “É evidente que a
Polícia Federal está sendo sucateada como forma de castigo pelas
operações que fez.” No ano passado, os policiais federais paralisaram
suas atividades por 72 dias. O governo fez jogo duro. Ofereceu-lhes o
mesmo reajuste salarial concedido a servidores de outras repartições:
15,8% em duas parcelas. Os agentes federais rejeitaram a oferta e
retornaram ao trabalho de cara amarrada. Voltam agora à carga com o
travo da derrota a envenenar o discurso. Hoje, os policiais federais em
início de carreira recebem contracheque de R$ 7,5 mil. A federação leva à
mesa um pedido alto. Deseja um reajuste de 100%. Prestes a anunciar um
corte bilionário de despesas, o governo afirma que a hipótese de atender
à reivindicação é nula. Ou seja: vêm aí fortes emoções. Tudo isso na
ante-sala da Copa.