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Presídio-BA: Para não apanhar, presos têm que cantar 'eu sou putinha',

Dia de revistas no presídio de Vitória da Conquista, na Bahia. Seminus, os presos são colocados em fila e obrigados a cantar versos em que se xingam e enaltecem órgão da Polícia Militar. E quem não canta, apanha.
A situação foi relatada nesta sexta-feira (24) pela comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Salvador. Pelo relato da OAB, presos eram forçados a cantar "eu sou putinha e a Caesg é barril".
Na gíria local, barril neste contexto seria uma exaltação à Caesg (Companhia de Ações Especiais do Sudoeste e Gerais), como era chamada a Cipe (Companhia Independente de Policiamento Especializado), unidade especializada da PM que atua na repressão a grupos criminosos. No presídio, a Cipe dá suporte à segurança durante as revistas.
Ainda segundo a OAB, há relatos de espancamentos, utilização de spray de pimenta nas celas, teasers (armas de choque) e uso contínuo de cães de grande porte como forma de intimidação.
A OAB diz ter constatado os problemas em visita ao presídio no dia 20 de fevereiro, acompanhado do Conselho da Comunidade para Assuntos Penais. Segundo a comissão, alguns presos tinham feridas e hematomas de aspecto recente. "É uma situação lamentável", disse o advogado Alexandre Garcia Araújo, vice-presidente da comissão.
Araújo informou que vem recebendo queixas de familiares desde janeiro. Inaugurada em agosto, a unidade começou a ser construída em 2009 e consumiu R$ 33,6 milhões, mais que o dobro do orçamento inicial, de R$ 16,4 milhões.
MORTE DE PRESO
A OAB cobra do governo da Bahia a investigação da morte de um detento em 12 de fevereiro, em uma cela onde estava com mais seis presos. A direção do presídio havia divulgado que o detento havia morrido ao cair do beliche e bater com a cabeça no chão.