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Pastoral da Terra acompanha chacina que matou 10 posseiros no Pará







Disputas de terras têm gerado mortes no Brasil.
Disputas de terras têm gerado mortes no Brasil. (Reuters)
Dez posseiros – nove homens e uma mulher – foram assassinados na manhã de 

quarta-feira (24/05) durante uma ação policial de reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco, no Pará, segundo informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT). A reintegração foi realizada pelas Polícias Civil e Militar de Redenção.
Segundo veículos de comunicação da região, os corpos dos posseiros foram levados inicialmente para o necrotério do Hospital Municipal de Redenção, para serem posteriormente transferidos para o Instituto Médico Legal (IML) do município de Marabá.
O novo massacre ocorre em meio a uma escalada de violência ligada à terra no país. Em abril, dez pessoas foram assassinadas  em um assentamento no município de Colniza (MT), a 1.065 km de Cuiabá, próximo ao distrito de Guariba, em uma gleba denominada Taquaruçu do Norte. Entre os mortos estavam idosos e crianças. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, o massacre perpetrado por “encapuzados”.
Segundo a CPT, conflitos fundiários são comuns na gleba onde ocorreram as mortes há mais de dez anos, com ocorrências de assassinatos e agressões. A CPT informou ainda que investigações policiais feitas nos últimos anos têm apontado que “os gerentes das fazendas na região comandavam rede de capangas para amedrontar e fazer os pequenos produtores desocuparem suas terras”.
Em nota, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) se manifestou em profundo repúdio ao massacre dos 10 trabalhadores rurais sem-terra ocorrido no município de Pau D’Arco.
De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Alepa, a escalada de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais é um fenômeno que tem se intensificado em razão de uma rede social e simbólica fortalecida pela combinação dos seguintes fatores: impunidade, paralisia da reforma agrária e criminalização dos movimentos sociais.
Diante do recrudescimento da violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa irá tomar medidas enérgicas para a apuração rigorosa dos fatos e a efetivação de ações de mediação e prevenção da violência no campo.
Relatório da CPT aponta aumento da criminalidade no campo
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou há pouco mais de um mês o seu relatório anual, ‘Conflitos no Campo Brasil 2016’, destacando os 61 assassinatos ocorridos no ano passado, o maior número já registrado desde 2003. Em 2017, até o momento, já são 26 pessoas assassinadas em conflitos no campo brasileiro – as mortes ocorridas em Redenção ainda não constam nesta relação.