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Nicolás Maduro manda fechar fronteira da Venezuela com Brasil

Nicolás Maduro manda fechar fronteira da Venezuela com Brasil
O presidente da Venezuela ordenou nesta quinta-feira (21) o fechamento da fronteira do país com o Brasil. Nicolás Maduro quer impedir a entrada de ajuda humanitária prevista para este sábado (22). O anúncio foi feito no início da tarde e transmitido por uma TV estatal da Venezuela. Em uma videoconferência com o Alto Comando militar, o presidente Nicolás Maduro disse que a fronteira com o Brasil será fechada a partir das 20h, 21h pelo horário de Brasília. Tanques do Exército venezuelano foram vistos, na quarta e na quinta-feira, a menos de 20 quilômetros da fronteira com o Brasil. “A partir das 20 horas de hoje, quinta-feira, 21 de fevereiro, fica fechada, total e absolutamente, até novo aviso, a fronteira terrestre com o Brasil. Mais vale prevenir que lamentar. Tomei todas as medidas de segurança e de proteção de nosso povo”, disse Maduro. A movimentação militar acontece dois dias depois de o governo brasileiro anunciar sua participação na entrega de ajuda humanitária à população do país vizinho, marcada para o sábado (22) pelo presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó. Alimentos e remédios estão sendo reunidos em Boa Vista. Mas a ideia é que os brasileiros não atravessem a fronteira. Pelos planos do governo, os venezuelanos é que iriam entrar no Brasil, pegar os alimentos e remédios e voltar para a Venezuela. 
Em outra frente, Juan Guaidó começou nesta quinta uma caravana de Caracas até a fronteira com a Colômbia. O destino é a cidade de Cúcuta, onde estão armazenados alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos no começo de fevereiro. Dois shows, um de cada lado da fronteira da Colômbia com a Venezuela, estão programados para sábado, um organizado por apoiadores de Maduro e outro pela oposição. Guaidó conta com o apoio de voluntários para fazer a ajuda humanitária entrar no país. Mas não se sabe ao certo ainda como isso será feito. O Exército venezuelano bloqueou a entrada do carregamento de alimentos e remédios na fronteira da Colômbia. Nicolás Maduro disse que, na verdade, se trata de uma intervenção militar estrangeira patrocinada pelos Estados Unidos. O presidente da Venezuela disse ainda que Ivan Duque, presidente da Colômbia, será o responsável por qualquer violência na região, e que considera fechar definitivamente a fronteira com a Colômbia. Na quarta-feira, o governo venezuelano já havia anunciado o fechamento da fronteira com as ilhas de Curaçao, Aruba e Bonaire, onde opositores do regime estavam estocando alimentos. Apesar da decisão de Nicolás Maduro de fechar a fronteira com o Brasil, o governo brasileiro confirmou que vai seguir com o planejamento da operação de entrega de ajuda humanitária aos venezuelanos. Quase 23 toneladas de leite em pó já foram levadas para a base aérea de Boa Vista por aviões da Força Aérea. Outros mantimentos e remédios também estão sendo estocados e ficarão à disposição dos caminhões venezuelanos. 
“Nós estamos disponibilizando os meios logísticos na região de operações. Inicialmente em Boa Vista, depois em uma subárea de apoio logístico em Pacaraima e nos quedamos aguardando a vinda dos caminhões de transporte dirigidos por venezuelanos a fim de adentrarem o seu território levando esses medicamentos, essa comida para o povo venezuelano que, neste momento, passa por tanto sofrimento. O planejamento do governo brasileiro estabelece como linha limítrofe para sua ação a própria fronteira, ou seja, Pacaraima”, disse o porta-voz da Presidência do Brasil, Otávio Rêgo Barros. O porta-voz disse que o Exército está atento à fronteira, mas não foi identificado risco de conflito. Na segunda-feira (25), o vice-presidente Hamilton Mourão viaja para a Colômbia, onde participa da próxima reunião do Grupo de Lima. “O Grupo de Lima mantém essa pressão política por meio da ação diplomática, e para levar ao atual governante da Venezuela, compreender que é necessária uma saída para o país. Não pode continuar o país com a economia em ruínas, a principal riqueza, que é o petróleo tem hoje um terço da produção que tinha há uns anos atrás. Então tem que resolver esse problema”. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também vai a Bogotá para participar da reunião do Grupo de Lima.(Informações: G1 / JN)