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Para manter orçamento secreto, governo reduz até verba de combate ao câncer

 

 (crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Para manter acordos políticos, por meio dos R$ 19,4 bilhões reservados para o orçamento secreto, o governo quer sacrificar 60% das verbas destinadas à saúde no próximo ano. Um dos cortes expressivos, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2023, enviado para o Congresso, é uma redução direta de 45% nos recursos destinados a prevenção e controle do câncer. Sendo historicamente a segunda doença que mais mata no país, a verba passará de R$ 175 milhões, neste ano, para R$ 97 milhões em 2023, caso o projeto seja aprovado sem mudançasAlém do controle do câncer, o governo reduziu a reserva de dinheiro público para incrementar a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados que fazem parte de redes de outros três grupos considerados estratégicos. A Rede Cegonha, focada em gestantes e bebês; a Rede de Atenção Psicossocial — Raps, para a dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltada para reabilitação.

Para a economista e professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carla Beni, o teto de gastos está em segundo plano. "O limite de teto de gastos está fixado em lei de acordo com as despesas na intensidade da inflação. Esse corte está mais relacionado ao orçamento secreto do que em manter a linha do teto, e isso é um feito único. Nunca observamos um corte tão radical na pasta de saúde como esse. Ou a peça orçamentária é de ficção e vai ter que ser consertada no ano que vem ou teremos um levante social com uma quantidade enorme de problemas", avaliou.