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O recém-descoberto gene que protege povos amazônicos da doença de Chagas e pode inspirar tratamentos



 (crédito: Getty Images)

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 Já se sabe há muitos anos que os povos tradicionais da Amazônia sofrem menos com a doença de Chagas, uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido por meio da picada do inseto conhecido popularmente como barbeiro.

Agora, cientistas descobriram que a genética está entre as possíveis explicações para esse fenômeno: as populações que habitam a região há milênios passaram por adaptações no DNA que permitem "barrar" a entrada do patógeno nas células onde o problema se desenvolve.A geneticista Tábita Hünemeier, do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), conta que o trabalho começou há cerca de quatro anos — e, a princípio, não tinha nada a ver com Chagas.

"Queríamos saber se existia algum sinal de seleção natural entre as populações da Amazônia", lembra.

"Vale lembrar que essa floresta é um ambiente hostil, de difícil sobrevivência. A vegetação é muito alta, há pouca luz, temos a circulação de diversos patógenos… Ou seja, os primeiros habitantes dessa região tiveram que enfrentar uma série de desafios", complementa.

Será que viver num local como esse deixou marcas no DNA dos amazônidas? A resposta é sim, segundo uma pesquisa recém-publicada no periódico Science Advances, que tem Hünemeier como uma das autoras.