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Manuscrito de 1.600 anos que contém passagem da infância de Jesus é descoberto por pesquisador brasileiro




 Um manuscrito de 1.600 anos que contém um trecho contando uma passagem da infância de Jesus foi descoberto pelo pesquisador brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, da Universidade de Liége, na Bélgica, e o papirologista – especialista no estudo de documentos feitos em papiro – Lajos Berkes, da Universidade de Berlim, na Alemanha. As informações foram divulgadas na última terça-feira, 4.

O documento analisado pelos pesquisadores estava “abandonado” na Biblioteca Estadual Universitária Carl von Ossietzky, em Hamburgo, na Alemanha, e era visto por especialistas como um manuscrito de algo do cotidiano, como uma carta, por exemplo, pelo fato de a escrita ser considerada “desajeitada”. Entretanto, após análise, foi constatado que o papiro é o mais antigo a descrever uma passagem da infância de Jesus.O texto é um trecho apócrifo – não canonizado pela Igreja Católica – do Evangelho de Tomé que relata uma passagem em que Jesus, aos cinco anos de idade, estaria nas margens de um riacho e criando doze pardais a partir do barro. Posteriormente, José, seu pai, o questiona sobre o porquê de ele estar fazendo isso em um sábado, dia sagrado. Neste momento, o manuscrito afirma que a criança bate palmas e dá vida aos pássaros, que saem voando.

O papiro, que está parcialmente danificado, possui uma proporção de 11×5 centímetros e carrega 13 linhas escritas em grego antigo. O manuscrito teria sido escrito no Egito. “Primeiramente nós notamos a palavra “Jesus” no texto. Depois, comparando com outros documentos digitalizados, deciframos letra por letra”, pontuou o pesquisador Lajos Berkes.Mesmo após ter as palavras traduzidas, os especialistas explicam que precisaram comparar a passagem com outros textos bíblicos e determinaram que o papiro era o mais antigo já encontrado a descrever a passagem do Evangelho de Tomé. As estimativas sugerem que o documento é original dos séculos IV d.C. e V d.C.

Os pesquisadores Berkes e Macedo especulam que o papiro foi criado como um exercício de escrita em uma escola ou monastério, já que possui linhas irregulares entre outras características que deixam o texto “desajustado”. “Nossas descobertas sugerem que o Evangelho de Tomé foi originalmente escrito em grego”, pontua Gabriel Nocchi Macedo.